Às sete da noite já vai a mocinha
Sorrindo e chorando na grande avenida
Decote na frente vai ela indiscreta
Jogando indireta aos homens da vida
Se ninguém entende sua intenção
Então ela chora dizendo asneira
Mas se alguém abre a porta de um carro
Sorrindo ela vai e peca a noite inteira
Assim ela vive na grande esperança
De um dia voltar à vidinha modesta
Mas todo homem que a vida lhe mostra
Quer sugar um pouco do nada que resta
Ninguém entende que é uma mariposa
Também é humana, também sente dor
Também tem direito tal qual um de nós
Que pode vender-se por ter sede de amor
Em seu desabafo há sempre uma história
Conta sua vida com grande ironia
Diz que não tem uma amiga sequer
Até já perdeu o amor da família
Pobre pecadora, ninguém lhe perdoa
Mas pra condenar-lhe tem sempre alguém
Ao rumo do abismo todos me empurram
Mas ninguém a leva ao rumo do bem